Outro dia tive um sonho. No imaginário popular sonhos são revelações divinas, o meio pelo qual Deus se comunica. Sendo eu tão exigentemente racional, não levei a questão para este viés, mas não posso negar que tenha sido um tanto revelador.
Sonhei que era um feto dentro de um grande ventre e que me movia livremente, nadava naquela bolsa d´agua quente e aconchegante. Dormia quando queria, acordava quando achava por bem, me alimentava e me sentia confortável. De repente, sem que eu me desse conta, senti algo me puxar. Não era uma força qualquer, era forte e por mais que eu lutasse contra, não podia resistir. Um clarão ofuscou meus olhos e eu acordei. Era a luz do radio relógio me avisando que havia terminado meu tempo de descanso.
Como sou lenta para levantar, coloquei uma mão sobre os olhos para acender a luz. Estiquei a outra para trás buscando o interruptor que, todas as manhãs, insiste em se esconder detrás da cabeceira da cama. Finalmente acendi a luz. Virei-me de lado, desliguei o radio relógio, que gritava alguma desgraça alheia e retirei os cobertores de cima de meu corpo ainda cansado; sentei-me na cama admirando as portas fora de prumo de meu guarda-roupa e lembrei-me de que havia sonhado algo. Não sabia exatamente o quê, mas havia sido um sonho um tanto estranho.
Calcei os chinelos velhos e macios e quando buscava forças para impulsionar meu corpo para a saída final, ao deslocar o olhar, os vi sentados aos pés da cama, uma criança e um ancião. A paz e o amor que emanavam de seus olhos eram tanta que não tive medo e nem qualquer tipo de reação. Sentia-me como se os conhecesse de outra vida, como se fizessem parte de minha família, como se sempre estivessem ali.
Ficamos assim, olhando-nos. Eles a mim e eu a eles. Esbocei um sorriso, daqueles que misturam alegria contida com admiração. Ambos com seus sorrisos largos levantaram-se, estenderam-me a mão e disseram: "Estamos aqui para te ensinar a andar". Levantei-me quase como num gesto reflexivo e tentei dar um passo, foi então que compreendi: havia nascido de novo.
Sonhei que era um feto dentro de um grande ventre e que me movia livremente, nadava naquela bolsa d´agua quente e aconchegante. Dormia quando queria, acordava quando achava por bem, me alimentava e me sentia confortável. De repente, sem que eu me desse conta, senti algo me puxar. Não era uma força qualquer, era forte e por mais que eu lutasse contra, não podia resistir. Um clarão ofuscou meus olhos e eu acordei. Era a luz do radio relógio me avisando que havia terminado meu tempo de descanso.
Como sou lenta para levantar, coloquei uma mão sobre os olhos para acender a luz. Estiquei a outra para trás buscando o interruptor que, todas as manhãs, insiste em se esconder detrás da cabeceira da cama. Finalmente acendi a luz. Virei-me de lado, desliguei o radio relógio, que gritava alguma desgraça alheia e retirei os cobertores de cima de meu corpo ainda cansado; sentei-me na cama admirando as portas fora de prumo de meu guarda-roupa e lembrei-me de que havia sonhado algo. Não sabia exatamente o quê, mas havia sido um sonho um tanto estranho.
Calcei os chinelos velhos e macios e quando buscava forças para impulsionar meu corpo para a saída final, ao deslocar o olhar, os vi sentados aos pés da cama, uma criança e um ancião. A paz e o amor que emanavam de seus olhos eram tanta que não tive medo e nem qualquer tipo de reação. Sentia-me como se os conhecesse de outra vida, como se fizessem parte de minha família, como se sempre estivessem ali.
Ficamos assim, olhando-nos. Eles a mim e eu a eles. Esbocei um sorriso, daqueles que misturam alegria contida com admiração. Ambos com seus sorrisos largos levantaram-se, estenderam-me a mão e disseram: "Estamos aqui para te ensinar a andar". Levantei-me quase como num gesto reflexivo e tentei dar um passo, foi então que compreendi: havia nascido de novo.
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