Todos que conheciam me diziam que aquele era um lugar mágico, que eu deveria conhecer e passar uns tempos por lá. Em umas destas ocasiões sem muitos planejamentos, arrumei as malas e fui. De fato, o lugar era lindo, de uma beleza natural intensa. Alguns diziam que ali havia um portal por onde criaturas como duendes vinham durante a noite. Não explicarei aqui as condições sob as quais juravam tê-los visto, mas juraram. Confesso que ria interiormente das histórias, mas não podia negar a energia que fluía do mar, do rio, da mata, das águas das cachoeiras e das montanhas.
A princípio o sentimento de posse levou-me a ter um pedaço do lugar. Era uma casa pequena, sem acabamento, praticamente abandonada. Quem a via logo me julgava maluca. Quem em sã consciência a compraria? Era difícil explicar que ali eu via um enorme potencial. O fato dela não estar acabada me dava o direito de sonhar, de programar, de planejar e construir um lugar de lazer, de ócio produtivo. Quantas vezes me imaginei ali num belo jardim escrevendo minhas histórias, passeando pela praia deserta no fim de tarde elaborando as ações e sentimentos dos meus personagens. Ah...se não fosse só - o que não seria nada mal - que fosse com um amor, com alguém que compartilhasse o desejo de estar ali e que me amasse a cada anoitecer estrelado. Mas como diz o meu velho amigo em sua canção: "Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só. Mas sonho que se sonha junto é realidade". E o meu sonho era um sonho só.
Mantive-a o quanto minhas forças puderam aguentar. Melhorei-a aos poucos, sanei alguns defeitos, mas faltava o sentido, faltava o motivo para sonhar. Algo além das obrigações das contas e reformas. Porque as obrigações sem sonhos endurecem o coração e adoecem a alma. Então, sem olhar para trás apaguei a luz e fechei a porta. E foi assim que novamente toda a beleza do lugar se desvendou diante de meus olhos.
Mantive-a o quanto minhas forças puderam aguentar. Melhorei-a aos poucos, sanei alguns defeitos, mas faltava o sentido, faltava o motivo para sonhar. Algo além das obrigações das contas e reformas. Porque as obrigações sem sonhos endurecem o coração e adoecem a alma. Então, sem olhar para trás apaguei a luz e fechei a porta. E foi assim que novamente toda a beleza do lugar se desvendou diante de meus olhos.
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