São setenta posts. De onde vieram? Como consegui escrevê-los num ano tão cheio de atividades, compromissos e responsabilidades? Havia muito tempo que eu desejava voltar a escrever, bem mais de quinze anos. Sonhei com a oportunidade de fazê-lo. Não que me faltasse caneta, papel ou mesmo computador. Me faltava o impulso, o tema, o incômodo, a chama. É por isto que neste post de número setenta, vale a pena parar um pouco e refletir.
O que eu consegui escrever senão minhas visões limitadas e, por vezes, adolescentes das emoções que vivenciei? Qual o valor literário dos meus textos? Nenhum, creio eu. Talvez um valor terapêutico. A sagrada mágica de depositar na tela em branco coisas com as quais não se sabe exatamente como lidar.
Comecei pelas metáforas, mas logo perdi a mão. Necessitei me despir, usar a primeira pessoa, me olhar no espelho, me ver de longe. Sim. É exatamente esta a sensação que se tem após ler o que se publicou. Passado algum tempo, é como se outra pessoa houvesse escrito.
Nesta brincadeira de me escrever e me reler. Me descubro várias; assim como já me descobri numa colcha de retalhos, composta por pedacinhos nem sempre iguais e regulares de tudo aquilo que poderia compor uma única peça. São tantas as experiências, tantas as emoções que nada em mim permanece igual. A não ser os medos e algumas poucas angústias nascidas de um passado que teima em voltar.
Este post 70 não é para relembrar dores, mágoas ou um passado conturbado. É para comemorar o meu retorno ao palco das letras, mesmo como uma humilde amadora. É para comemorar a vitória dos que caminham ao meu lado e de suas conquistas neste grande espetáculo que é a vida. É para agradecer os temas, a motivação, as metáforas, o incômodo que me propiciaram. É para dedicar-lhes e retribuir-lhes o carinho que alquimicamente retivemos no olhar, mesmo após enxergarmos nossas limitações.
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