Nem sempre fui Linda Flores, alías, sempre fui várias, muitas e diversas. Angustia-me pensar que alguém possa ser sempre o mesmo, anos a fio, as mesmas ideias, os mesmos valores, as mesmas posturas, os mesmos amores. Linda nasceu a muito tempo e esteve por décadas como uma semente lançada sobre o cimento, até que a mansidão de uma brisa leve a empurrou para um terreno fértil.
Linda Flores é intensamente mulher, irmã, mãe, amiga e amante. É lua, é desejo, é ternura, é afeto, é tesão. Só quem vê uma flor depois que cai a chuva sabe do que estou falando. Só quem já viu uma cachoeira após uma tempestade pode compreender a força destas palavras.
Essa nova "eu" quer resgatar o muito do pouco que viveu, que expressou, que amou. Quer comunicar-se, expandir-se, completar-se, lambuzar-se nas diversas formas de amor que a vida lhe trouxer. Seja o amor amigo, o amor irmão, o amor paixão, pois descobriu que não importa a forma, importa é que haja amor. Tudo o mais é conveniência e interesse mesquinho.
A terra que acolhe a semente adormecida é generosa e abundante. Sim, a palavra mágica é acolhimento. É o ápice do amor - acolher - trazer para si sem nada importar, além do fato de acreditar que ali há uma semente que pode germinar. Assim nasceu Linda Flores, do acolhimento, da ternura de um anjo bom que a soprou em direção da terra boa. Lançou-a nos braços da mãe terra, porque não há maior gesto de acolhimento do que o abraço. Ele está presente entre amigos, pais e filhos, amantes. É a maior expressão do acolher.
Linda Flores - eu - inteira, sem passado, sem lamentos, sem rancores. Quero perder-me no entrelaçar dos abraços dos amigos e amigas, do amado, da irmã, da mãe terra e da lua. Hoje e sempre. Amém.
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