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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Os banheiros

        Praticamente uma semana para terminar a viagem e eu nem fiz um diário de bordo, é bem provável que me esqueça de muitos detalhes interessantes sobre a história e a arquitetura de todas as belezas do Velho Mundo que vi nestes quase trinta dias de viagem por quatro países e oito cidades. Mas o que certamente não me esquecerei são os banheiros. Sim. Os banheiros são uma história a parte e merece ser contada já que não aparece nas fotografias.

        Comecemos por Barcelona em nossa primeira hospedagem na casa da Teresa. Não, a Teresa não é minha parente e nem amiga, é apenas uma deconhecida que aluga um quarto com cama de casal em sua casa. Cama que tive que compartilhar com a minha irmã num calor de mais de trinta graus.

        Voltando ao banheiro. Na casa da Teresa ele ficava próximo ao quarto. Era um pequeno cubículo sem janela com um espaço para banho que mal cabiam meus pés. Ao redor uma cortina de plástico. Mas o pior é o chuveiro, na verdade não creio que eles conheçam o conceito de chuveiro. Usam uma duchinha que pode ser colocada acima de cabeça. E é claro que eu com tão pouco espaço e habilidade para manusear duchinhas, deixei que ela caisse inundando-o.

        Além da ducha dos diversos banheiros por onde passei, desde os aeroportos, os hostels, as casas e os trens, outro problema são as torneiras e as descargas. Onde ficam? Geralmente elas ficam um pouco acima do vaso sanitário e são apenas um botão, contudo, também encontrei aqueles antigos de cordinhas. E um, acho que no aeroporto de Lisboa, com sensor, você apenas passa a mão na frente dele. Já as torneiras também são diversas, a mais engraçada, sob o meu ponto de vista, foi a do Vaticano, depois de muito procurar percebi que havia uma espécie de pedal, então eu pisei e a água jorrou.

        Em Paris a água do chuveiro era regulada. Havia um botão para apertar e saia água por uns cinco segundos, depois parava. Em Roma mesmo fechando a porta era possível ver a pessoa dentro e as portas dos boxes eram totalmente transparentes. Nem consigo imaginar o que me espera na Grécia, já que ouvi dizer que o saneamento básico deles não é dos melhores. Quanto aos trens me reservo os comentários já que nem todos têm estômago forte para ler e imaginar o que vivi algumas noites.
       
       O fato mais engraçado e absurdo aconteceu em Barcelona. Já estávamos andando há muitas horas quando veio aquela súbita vontade de eliminar os litros de água que bebíamos no calor de trinta e seis graus. Qual o melhor lugar para usar o banheiro quando se está na rua? Isso mesmo, no shopping. Encontramos um que mais parecia uma galeria. Pequeno mas sofisticado. Fomos direto ao banheiro. Primeiro choque: unissex. Homem e mulher no mesmo banheiro público? Hummm. Coisas culturais, melhor não discutir. Segundo choque: os vidros das portas eram transparentes das que estavam abertas e escuros das que estavam fechadas. Tudo bem, coisas da cultura, vamos lá - pensei.

        Estava eu naquela situação aliviadora quando percebi que podia ver tudo o que acontecia do lado de fora, inclusive um homem que lavava as mãos. Achei estranho, mas pensei que as pessoas não pudessem me ver, afinal de contas conhecia vidros assim. De repente minha irmã surge na minha frente e grita meu nome. Eu que já estava praticamente vestida sai do banheiro e ríamos sem parar. Nada mais eu podia fazer senão perceber que outras pessoas também eram vistas, seja por não conseguirem fechar corretamente a porta para ativar os sensores que escurecem o vidro, seja por defeito do vidro. O que sei é que todas às vezes que me lembro do susto que levamos volto a rir.

      


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