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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A paixão e o amor

        Sua foto divide o porta retrato laranja que ganhei de presente de aniversário de uma querida amiga. Divide porque há outra foto e ambas representam meus dos amores. Dois sim, porque não é possível amar apenas uma pessoa. Nem me venha com discursos moralistas. Amo duas pessoas e não sou imoral. Na verdade amo muitas outras mais e não me considero imoral. Imoral é se apaixonar.

        Apaixonar-se é um dos caminhos para perder a si mesmo e cometer as piores injustiças contra sua autoestima. É colocar-se em situação de risco, seja físico, seja psicológico, seja espiritualmente. Eu sei. Eu já me apaixonei e foram duas vezes. Na primeira vez por uma pessoa e na segunda por um ideal.
 
        Perdemos a referência, ficamos sem chão, ficamos cegos e só vemos a pessoa, só queremos estar com ela, e queremos tê-la para si o tempo todo. Sentimo-no inseguros, pequenos e altamente vulneráveis. Perdemos o brio, o amor próprio, o orgulho e passamos a fazer as coisas mais humilhantes que se possa imaginar. Sofremos muito e a qualidade de nosso relacionamento consigo mesmo e com o outro fica comprometida.
 
        Não quero que ninguém se apaixone por mim, quero que me amem, porque o amor é sereno e gradativo. Começa como uma semente e à medida que cultivamos, cresce lindamente, e aos poucos nos faz sentir-nos seguros. É como observar o crescimento de uma árvore. Aliás, estou lendo um romance grego em espanhol no qual a personagem principal teve uma figueira plantada em sua homenagem ao nascer. Agora, aos dez anos ela brinca nos galhos da figueira. Achei perfeita esta homenagem. Todos deveríamos ter uma árvore desde nosso nascimento.
 
        Aqui em casa tenho uma com 34 anos, plantada por meu pai, logo ao lado da garagem. Todos os dias quando passo por ela, me recordo de meu pai plantando-a, esta árvore é o que me sobrou de mais concreto e afetuoso de sua presença. Eu a amo e como não tive medo de podá-la quando voltei a viver nesta casa, ela me recompensou com galhos mais bonitos e organizados, além de mais altos.
 
        O porta retrato me inspirou a falar de paixão. Enquanto escrevo recebo uma mensagem de boa noite de um de meus amores, o outro eu já havia ganhado, portanto, agora posso me retirar na certeza de que meu desejo fora realizado. Durmo sonhando com que a paixão diminua e o amor cresça nos corações.    
 
 
 
 

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