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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Há dias

        Há dias em que tudo nos faz falta, mas pior é o dia em que nos falta afeto. Nem dinheiro, nem carro, nem casa, nem roupa, nem jóias são suficientes para sanar a falta de afeto.
 
        Resisto insistentemente, porque se há de sobreviver às suas próprias mazelas, mas há dias em que tudo fica mais pesado. Há dias em que eu apenas queria um abraço apertado, deitar no colo e ter a cabeça acariciada. Há dias em que eu não queria ser mulher, mas apenas uma menina no colo do pai, ou da mãe, que nunca tive. Não me lembro do afeto positivo de meu pai. Somente do afeto sufocante  e pesado de minha mãe.
 
        É possível sobreviver, desde que não se arrisque a amar novamente e sem que se movam as águas paradas. Águas paradas são águas turvas que quando remexidas exalam odores desagradáveis e nem sempre há quem deseje te ajudar a filtrá-las.
 
        Há dias em que eu só queria um ombro ou dormir de conchinha. Há dias em que o choro trava na garganta sem que eu possa fazer algo. Há dias em que não é possível dizer que está tudo bem sem que a voz engasgue. Há dias em que a flor da emoção aflora, e eu penso que são os hormônios e que amanhã vai passar.
 
 
 

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