Alimento-me de palavras e imagens, minha alma sobrevive dos sentimentos que as palavras e as imagens produzem. Leio e releio cartas, e-mails, mensagem de texto, post de facebook e até bilhetinhos. Nossa! Como as palavras sustentam meu espírito, meu ânimo, minha esperança e minha fé. Vejo e revejo as mesmas fotografias dezenas de vezes.
A cada releitura uma palavra nova me chama a atenção, ou mesmo uma vírgula muda todo o sentido e penso: "Por que não a intepretei assim quando a li pela primeira vez?" As fotografias revelam novos aspectos: um sorriso de canto de boca, um olhar mais ou menos brilhante, uma ruga de preocupação.
Deleito-me olhando e ouvindo. Posso amar uma pessoa enquanto a escuto. Gosto do movimento dos olhos, das sombracelhas, da boca e todos os gestos que o outro revela mesmo que esteja dizendo o contrário. Por vezes pego-me olhando demoradamente para alguém. É uma das maneiras que sei de amar.
Quando eu era criança e ficava admirada com uma professora eu apenas a olhava intensamente. Não tinha coragem de dizer o quanto a amava. Então, fixamente a olhava e mentalmente lhe dizia. Acreditava que de alguma forma minhas palavras pensadas chegariam em seu coração.
Neste processo de aprender a falar, que leva a vida toda, tento pesar cada uma, mas às vezes elas me escapam como uma cachoeira violenta e amedrontam, assustam e até machucam. E a palavra, assim como a água da cachoeira, não volta atrás. Elas seguem arrastando tudo o que vêem pela frente.
Alimento-me de palavras e quando elas de mim se soltam nesta enxurrada de vernáculos, enfraqueço-me, sinto-me vazia e confusa. Perco as referências. Assim como uma pessoa desnutrida, reinicio o processo de alimentar-me, mas agora pela fraqueza tudo deve ser menos, aos poucos.
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