Tão próxima à nossa Paraty recordo-me de nosso primeiro encontro, quando eu, recém separada de meu ex-marido, passava pela primeira vez, aos 35 anos, o feriado de Corpus Christ na cidade histórica. Talvez você não saiba, mas eu te notei pela primeira vez no café da manhã, quando me levantei para pegar um pedaço de bolo e te vi sentado na ponta da mesa. Naquele instante eu te admirei.
Depois quando fomos ao passeio de barco, enquanto nos dirigíamos em grupo para as docas, fiquei propositalmente próxima à você, para escutar tua conversa. Sei que não é nada nobre te revelar isto, mas creio que o acumulado dos anos de nossa amizade me permita dizê-lo. Eu queria saber tua história, quando o vi em pé, altivo e bem disposto, naquele instante admirei tua beleza física. No outro dia dividimos o lugar na van, você se lembra? E conversamos sobre estudos, cursos e superações. Tomamos uma cerveja na praia e você interessado na morena.
Voltamos juntos de Paraty, compartilhamos um pouco mais de nossas vidas. Os casamentos desfeitos, as decepções, os sonhos, os projetos. Aos poucos gostamos de nos relacionar, de ficarmos juntos, mas eu não estava preparada para um novo relacionamento, eu precisava viver um projeto de solidão individual, depois de viver anos de solidão acompanhada. Precisava descobrir quem eu era para aprender a me relacionar.
Ficamos amigos e o tempo seguiu seu ritmo rotineiro. Vivemos cada um sua história e de uma maneira espiritualizada nos mantemos unidos, desejando um ao outro a felicidade. Não tive muitas oportunidades para te dizer isto, meu amigo, mas hoje o faço, de coração aberto e cheio de desejos bons para ti.
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