Como fazemos para explicar o que não sabemos? Lá fora a chuva cai, aqui dentro cobertores, comida e tudo o que eu preciso, mas o peito se afoga e eu não sei o que fazer, não sei o que pensar. "Reaja" - me dizem. É engraçado, ouvimos esta fala em filmes de guerra, de catástrofes, de tragédias. Somos nós programados para vivermos somente se há um leão atrás de nós?
Será que só encontramos forças para lutar pela felicidade quando estamos em situação de perigo? Quando algo muito grave e difícil aconteceu em nossas vidas? Parece que comigo só funciona assim. Eu não quero que nada grave me aconteça, quero que minhas forças voltem, que meu ânimo se reacenda, que meus olhos brilhem e que meu coração bata alegremente de novo.
Sinto-me enfeitiçada, com os olhos pesados como se um gigante me houvesse pisoteado. Tenho um profundo medo de enlouquecer, de perder a razão. No entanto, a razão não me tem protegido da dor. Ela explica, mas não cura. Ela aponta as falhas, mas não corrige. A razão paralisa, imobiliza, seca.
Talvez eu precise exatamente enlouquecer e fazer as coisas que nunca fiz, dizer o que nunca tive coragem de dizer. Talvez a loucura seja a minha salvação.
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