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sábado, 16 de março de 2013

Sozinha

        Tínhamos um mês de namoro quando ele colocou aquele cd no carro. Eu não estava acostumada a escutar Caetano Veloso, mas aquela música era bonita. Eu tinha a sensação de que ele ao ouvi-la se referia a mim, que quando não estávamos juntos ele sentia a minha falta, se sentia sozinho.
 
        Eu, de minha parte, gostava da música mas não tinha a certeza de que o queria colado em mim. Ter alguém ao meu lado a todo momento me assustava. E se um dia eu estivesse de saca cheia? E se um dia eu estivesse irritada? E se um dia não sentisse mais alegria em sua companhia? Eu gostava de sentir saudades, de me preparar para o encontro, de olhar no relógio para ver se ele estava atrasado.
 
        Por anos o cd tocou no rádio do carro, por anos desejei ser feliz e não me sentir sozinha em sua companhia. Ele ali, colado em mim e tão distante, tão ausente, tão longe. E eu desejando que me deixasse solta para que sentisse saudades.
 
        O tempo nos mostrou duas verdades: "Quando a gente ama é claro que a gente cuida" e "Fala que me ama só que é da boca pra fora". Nosso suposto amor acabou e carrego o medo de um novo encontro, de um novo desejo de colar. Espero que o tempo me ensine a sobreviver aos meus defeitos, às minhas rabugices, às minhas incertezas e manias para que quem colar em mim também sobreviva.

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