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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Não sou poeta

       
         Nem sempre tenho o que dizer. Estes são dias assim, em que viver está acima do dizer, porque a palavra se encontra cozinhando no forno das  vivências e, qualquer reflexão, comentário ou observação, cairia no vazio, porque palavra cozida é palavra vivida.

        Nego-me a afirmar que só escrevo quando não estou bem ou quando minha alma dói. Sei que os poetas são seres que vivem no fio da navalha entre a loucura e a razão, por isso sofrem, por isso escrevem, para sublimar suas dores, para espiritualizar seus rancores, desamores e dissabores. Mas eu não sou poeta, não tenho a habilidade de manipular a palavra em formas geométricas. Sou pobremente linear. 

        Contar minhas mazelas, sequelas e quirelas do dia a dia, a quem por curiosidade passe por aqui e leia, me alivia das ansiedades, adversidades e contrariedades, daquilo que em minha idade devo administrar. Por isso, não me preocupo com a forma ou a rima, nada que combina com poema ou poesia. Apenas desafogo, desabafo, libero o laço que me prende ao meu sofrer, que sem querer me desvia do saber de que tudo o que passamos nos faz crescer. 

        Por fim clico e publico, depois releio, com certo receio, de não saber se pelo meio das teias das palavras eu encontre alguém diferente daquela que frente a frente vejo no espelho dos sentimentos alheios que teimo em narrar. 

        E de escrita em escrita, se enumeram as histórias que por vezes inglórias permanecerão sem serem lidas, comentadas ou mantidas na memória de alguém. Mas isto não me importa, pois desta horta colho novos pensamentos com os quais me alimento e parto do desalento.


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